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domingo, 8 de agosto de 2010

Por que incentivar a Leitura Infantil?

Por que incentivar a Leitura Infantil?





Literatura cria as emoções e o prazer. Ela é para oportunidades únicas de encontro do indivíduo consigo mesmo e com os outros, trabalhando com o imaginário, ser lida, fluída com gosto, mesmo que solitariamente.


Ler Literatura é viver a arte, sentir emoções, fazer viagens, conhecer mundos, costumes, cores, paisagens.


É questionar e encontrar as respostas, é sentir-se no meio de uma multidão, mesmo estando só, é não sentir solidão, é percorrer ruas antigas ou modernas, é voltar-se no tempo ou saltar vários anos adiante de si. É torcer pela personagem preferida, é sofrer e sorrir com ela, é desbravar matas e conviver com animais, numa aventura sem limites.


A literatura, como qualquer arte, vai além da informação. É também formativa e possui um valor perene.


(Texto extraído do Manual de Instruções para as escolas 2001 - Programa de Bibliotecas das Escolas Estaduais do Estado de Goiás)






De quem a Responsabilidade do incentivo leitura?


A Responsabilidade em estimular o hábito da leitura nas crianças é dos pais e da escola. Temos que entender que gostar de ler não é um dom, mas um hábito que se adquire. Através da leitura as crianças começam a desenvolver o poder da imaginação, reflexão e argumentação.


Qual o resultado para quem gosta de leitura?


Criança que gosta de livro adquire mais rápido criatividade, autoconfiança, senso crítico e facilidade de captar a dinâmica do mundo que a cerca. Conduzir os filhos à descoberta do prazer da leitura depende unicamente da sensibilidade dos pais.

13 comentários:

  1. Lemos pouco - João Bosco Nogueira

    O brasileiro sempre leu pouco. E com a televisão, e agora também com os bares, lemos muito menos, especialmente em tempos de exaltado pragmatismo. Os fins de semana e os feriados reservamos às bebidas e às comidas, não sobrando tempo para a leitura.

    Diferentes são os europeus, que sempre lêem, em trens, em bibliotecas ou em parques. É comum numa cidade européia o número de leitores de jornais ser quase igual ao de habitantes. Isso nos ajuda a compreender nossas diferenças. Quem lê pouco, pensa pouco, e quem pensa pouco não desenvolve o intelecto e o senso crítico, tendo dificuldade de compreender a realidade. O desenvolvimento do cérebro foi fator decisivo para nossa evolução e sobrevivência. E hoje, quando não o nutrimos, somos estimulados a retornar aos tempos primitivos.

    Impérios ruíram por desprezo às atividades intelectuais. Ao dominarem os gregos, os romanos fecharam suas escolas de ciências e de filosofia, e não criaram outras, deixando o povo analfabeto.. Resultado: não desenvolveram a indústria, e só prosperaram na agricultura enquanto tiveram muitos escravos. Não amantes do saber, destruíram civilizações avançadas, como a helenística, e ainda lançaram a Europa nas trevas, durante toda a Idade Média. Quem não gosta de leitura acaba gostando de circo e de guerra, como os romanos, que prefeririam o Coliseu (local de espetáculos primitivos e brutais) aos teatros gregos.

    Ler é combater a violência, donde ser indispensável para todos, especialmente para as crianças, adolescentes e jovens. Ler é bom também para a saúde, da mente e do corpo, retarda o envelhecimento e afasta a alienação e as drogas. A leitura liberta e melhora a qualidade de vida pessoal e coletiva, refina os gostos e os costumes e ajuda a criar a cultura da paz. Por tudo isso, precisamos ler mais. Que a realização da VIII Bienal Internacional do Livro nos fortaleça o hábito de mais leitura.

    * Artigo publicado no Jornal O Povo, em 21 de novembro de 2008, e reproduzido neste site com autorização do autor.

    (*) João Bosco Nogueira - professor da Universidade Estadual do Ceará
    Contato: 85 3101 9675 - bosco54321@yahoo.com.br

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  2. Ler é transformar
    Por André Azevedo da Fonseca

    Paulo Freire (1921-1997) desenvolveu uma epistemologia da leitura que tenho procurado aplicar na praxis pedagógica com meus alunos de Comunicação Social na Universidade de Uberaba (Uniube), em Minas Gerais. Para compreender com clareza o complexo raciocínio freireano, enfrentei com seriedade grande parte de suas obras teóricas e dialógicas para desenvolver o estudo “O método Paulo Freire no ensino de Jornalismo”, apresentado em abril deste ano no 8o Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo, realizado pela Universidade Federal de Alagoas, e em maio no 9o Colóquio Internacional da Escola Latino-Americana de Comunicação (Celacom), realizado pela Cátedra Unesco da Universidade Metodista de São Paulo.

    Estou convencido que a perspectiva do educador pernambucano tem potencial revolucionário muito apropriado ao atual contexto histórico da educação brasileira. Ao superar a dicotomia entre conceito e realidade, teoria e prática, a dialética freireana é necessariamente uma convocação para que os estudantes se comprometam com a transformação social a partir dos conhecimentos que desenvolvem em sala de aula. E um dos pilares dessa pedagogia são as reflexões a respeito do conceito de leitura.

    Primeiramente, para Freire, um texto jamais deve ser lido com a ligeireza e a displicência daqueles que acreditam que o conhecimento é um processo meramente acumulativo. Ele defendia que um palmo de leitura não significa necessariamente um palmo de conhecimento. Textos devem ser enfrentados com seriedade, com rigor. Aprender é um processo muito mais profundo, complexo e intenso do que a simples memorização mecânica de informações descoladas da realidade. Essa memorização leva apenas ao que Freire chamava de “verbosidade”, de “palavra oca”. Conhecimento é outra coisa.

    Assim, ele defendia que só lemos verdadeiramente um texto quando o reescrevemos, quando reconstruímos as idéias do autor com nossas próprias reflexões. A leitura plena da palavra ocorre na medida em que nos tornamos co-autores das idéias impressas nos livros. Um bom leitor é aquele que desafia cada parágrafo, que mastiga, digere e metaboliza os conceitos, reinventando-os criativamente e aplicando-os na construção de novos conhecimentos. Essa atitude requer persistência e coragem de pensar. Dessa forma, enfrentar um bom texto com seriedade vale muito mais do que ler dezenas de livros de forma automática.

    Mas Freire aprofundou ainda mais o conceito de leitura. Para ele, não lemos apenas as palavras, os textos e os livros. Lemos o mundo, a cidade, as pessoas. A sociedade é um texto que exige uma alfabetização conscientizadora para que possa ser lido com criticidade. E além disso, Freire observava que a leitura da realidade precede a leitura da palavra. Aprendemos a ler o mundo antes mesmo de decodificar os sinais gráficos das letras. Assim, ler o mundo é tão importante quanto ler a palavra. Na verdade, um não está dissociado do outro. São dois momentos que se dialetizam no ato de pensar.

    Freire defendeu ainda que não é apenas na escola que se estuda. Estudamos as questões concretas no dia-a-dia, buscamos soluções para problemas reais que nos desafiam, e isso também é estudar. Um sujeito que observa a correnteza de um rio para calcular o tipo de isca mais adequado ao anzol está estudando. O garoto que observa a movimentação de um formigueiro para verificar a iminência da chuva também está estudando. É um equívoco, para o educador pernambucano, dizer que só se estuda na escola.

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  3. PARTE FINAL DO COMENTÁRIO:

    Prosseguindo o raciocínio, o fato é que se um texto só pode ser lido se o reescrevemos, assim também ocorre com a leitura da realidade. Ou seja, ler a realidade é reescrevê-la. E reescrevê-la significa transformá-la. Isso quer dizer que, epistemologicamente, só estamos sendo bons leitores de mundo se estamos transformando esse mundo. Não basta apenas memorizá-lo. A memorização não é aprendizagem, não é conhecimento. É preciso transformar para conhecer.

    Freire dizia que nós, homens e mulheres, não somos um reflexo da realidade; mas sempre uma reflexão sobre ela. E a teoria não é algo à parte, distante da vida material; mas é uma luz que deve incidir sobre a prática cotidiana para nos faz enxergar melhor suas estruturas concretas. Para que o “ciclo gnosiológico” (ciclo do conhecimento) se realize, é preciso ler e reelaborar o lido, estudar e refazer o estudado, apreender e reaplicar o aprendido, observar e intervir no incessante processo de transformação social, assumindo humanamente a vocação de sujeitos históricos, inacabados, e por isso mesmo em constante transformação. Dessa forma, reinventar o mundo, pronunciá-lo com “palavras grávidas de realidade”, é a própria condição de sua leitura. Somente transformando a humanidade, que criamos e fazemos parte, é possível conhecê-la com profundidade.

    E é por tudo isso que a leitura jamais pode ser entendida como um mero momento de memorização. Ler é transformar.

    André Azevedo da Fonseca é jornalista, pesquisador e professor do curso de Comunicação Social na Universidade de Uberaba (Uniube). É membro do Conselho de Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba e coordenador do Memorial Mário Palmério.

    Endereço eletrônico: http://azevedodafonseca.sites.uol.com.br
    05.2005

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  4. "O homem que não lê bons livros não tem mais méritos que o homem que não sabe ler."
    Mark Twain, escritor norte-americano (1835-1910)

    "Hoje, informação é poder. E como o trabalho mental tende a superar o manual, a leitura torna-se o pão nosso de cada dia.". Frei Betto

    "Um bom hábito é acostumar-se a carregar consigo um livro, ainda que supondo que não haverá tempo de abri-lo. Em poucos dias, constata-se quanto se leu!". Frei Betto


    A IMPORTÂNCIA DA LEITURA.
    FREI BETTO

    São Domingos, meu padroeiro, recomendava a seus frades vida modesta, mas nada de economizar em livros. Seria burrice. Quem lê, sabe mais. Viaja sem sair do lugar. Adquire visão mais profunda dos fatos e da vida.

    No Brasil, lê-se pouco. Há cerca de 1 mil e 200 livrarias e igual número de editoras espalhadas por este país de 167 milhões de habitantes. Só num bairro de Paris, o Quartier Latin, há mais de 400 livrarias. Se o Governo comprasse um exemplar de cada obra editada no Brasil, as edições seriam maiores e o livro custaria mais barato. Segundo índice da Unicef, no Brasil deveriam existir pelo menos 16 mil livrarias, uma para cada 10 mil habitantes.

    Nosso governo parece não ter interesse em que o povo leia. Há quase 30 milhões de analfabetos no Brasil. Três milhões de crianças, entre 7 e 14 anos, fora da escola. Enquanto os EUA editam 11 livros/ano por habitante, o Brasil edita dois.

    Um bom hábito é acostumar-se a carregar consigo um livro, ainda que supondo que não haverá tempo de abri-lo. Em poucos dias, constata-se quanto se leu!

    A Bíblia é o livro mais divulgado de todos os tempos. Cada pessoa deveria lê-la ao menos uma vez na vida. De preferência, com o coração. Em clima de oração, para que a Palavra de Deus se faça carne também em nossa vida. Oração. Pois sem o amor, diz São Tiago, a fé é morta.

    A leitura diária de jornais é um bom hábito para quem quer se manter informado do que ocorre no Brasil e no mundo. Hoje, informação é poder. E como o trabalho mental tende a superar o manual, a leitura torna-se o pão nosso de cada dia.
    (Jornal O Dia - 29/10/2000.)

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  5. O TEMPO DE LER É SAGRADO
    Gabriel Perissé

    Tempo de ler é tempo de eternidade.

    Ao ler um livro, transcendemos calendário e relógio.

    Ao ler um grande autor, vencemos a miopia de só querer fazer coisas imediatamente úteis.

    Toda leitura é culturalmente sagrada, na medida em que cultiva o pleno desenvolvimento de uma pessoa.

    Toda leitura é vencer a indiferença espiritual, o medo que temos da nossa alma.

    Toda leitura é sagrada, na medida em que nos abre os olhos para o divino-humano. Como ficar alheio à escatologia depois de ler a Divina Comédia ? Como debochar da teologia depois de ler O idiota , de Dostoievsky? Como banalizar os conflitos da consciência religiosa depois de ler um Bernanos, um Murilo Mendes, uma Adélia Prado?

    Toda leitura é sagrada, na medida em que nos faz perder o preconceito com relação às questões transcendentais. É possível cultivar esse preconceito depois de sentir a angústia de um Graciliano Ramos ou de um Kafka? Se não houvesse no ser humano uma insatisfação profunda com a sua atual condição, poderíamos passar os dias ganindo, devorando os inimigos, lutando pela sobrevivência, mas nunca escrevendo...

    O nosso passado cultural e literário está impregnado de reflexão teológica, explícita ou implicitamente. Dar as costas a essa realidade é dar as costas a nós mesmos!

    Até os agnósticos e os ateus sabem que o humanismo está impregnado de caráter religioso.

    Toda leitura humanizante pode tornar-se uma leitura santificante. E toda leitura é humanamente sagrada, e divinamente humana.

    Ler é romper a monotonia, e isto é um ato sagrado.

    Ler é lutar contra a violência destruidora do tempo, e isto é um ato sagrado.

    Ler é beber da fonte da eterna inquietude, e isso é um ato sagrado.

    Ler é suscitar o silêncio interior, caminho de amor e serenidade, e isto é um ato sagrado.

    Ler é fazer uma homenagem à inteligência humana, e isto é um ato sagrado.

    Ler é procurar, compreender, descobrir, e todos estes são atos sagrados.

    A noção de civilização e a idéia que temos da humanidade são inseparáveis do nascimento do livro, da sua multiplicação como pão que nos salva da pior fome.

    Não me refiro ao livro reduzido ao livro "prático", aos dicionários, aos manuais.

    Refiro-me a todo livro que seja espelho no qual nos vemos, e janela através da qual vislumbramos o Outro.

    (Fevereiro de 2002)

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  6. O ATO DE LER
    [Junho/2006]

    Inajá Martins de Almeida


    Dê-me uma meada de lã e eu teço um agasalho.

    Dê-me uma palavra e eu formulo uma frase.

    Dê-me uma frase e eu escrevo um texto.

    Dê-me um texto e eu componho um livro”. (1)


    Definições, conceitos, significações, frases, textos, livros, são atributos de que nos valemos, quando nos predispomos a fazer uma pesquisa mais acurada de algo que queremos conhecer melhor.

    Definimos, conceituamos, buscamos significados, formulamos frases, elaboramos textos, compomos livros, tudo para perpetuar nossa idéia e percebemos que:

    Os livros que em nossa vida entraram, são como a radiação de um corpo negro, apontando pra expansão do Universo, porque a frase, o conceito, o enredo, o verso (e, sem dúvida, sobretudo o verso) é o que pode lançar mundos no mundo. (4)

    O livro que entra em nossa vida, portanto, já não é mais o mesmo: já deixou de ser estático num canto da estante; agora, ele, descortinou novos horizontes para nós; já nos enriqueceu um pouco mais; já nos tirou da ignorância verbal e oral; já nos transformou; já nos cativou; já se tornou responsável por aquele que cativou.

    Ah! Bendito os que semeiam livros ... livros a mão cheia ... e faz o povo pensar ... em verso cantava Castro Alves e, se bendito são os que semeiam livros, abençoados são os que lêem, os que pensam, os que informam, os que se informam, os que transformam, os que se transformam.

    Ler é multiplicar a própria idade, é ganhar tempo, é expandir-se para todos os tempos, e, quem muito lê vai reunindo em si mais lembranças e conhecimentos do que se tivesse mil anos de idade. Vai se universalizando no tempo, e também no espaço.

    Ler é a tarefa do futuro, quando as pessoas necessitarão de uma espécie de auto-educação permanente ou seja: deverão promover a pesquisa, a reflexão, o crescimento intelectual por conta própria. Deverão desenvolver de modo autônomo sua competência, enfim”.

    Ler e compreender o que se lê é uma capacidade que deve ser desenvolvida. Quem não lê e não compreende o que lê está excluído socialmente. Torna-se uma pessoa com pobreza no uso do vocabulário e dificuldades de expressão, que se refletem tanto na vida social quanto profissional.

    Torna-se imprescindível que se forme o hábito, da leitura, porque este, hoje, tornou-se “artigo de primeira necessidade.”

    Através da palavra tudo se forma – “Haja luz... e ouve luz...”

    Nas palavras há, portanto, força e, alerta-nos o pensador Confúcio “sem conhecer a força das palavras é impossível conhecer os homens”, porque "quem não vê bem uma palavra não pode ver bem uma alma", como complementa o poeta português Fernando Pessoa.

    “No princípio Deus criou o céu e a terra... e a terra estava sem forma e vazia... e Deus disse: haja luz; e houve luz” .

    Para que haja uma criação é necessária uma vontade: a vontade de criar algo, assim.

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  7. A Arte de Ler - PARTE I
    por Carlos Cardoso Aveline


    A leitura é uma forma de magia. Lendo, deixamos de lado nossas limitações, a nossa consciência se expande e podemos visitar lugares e tempos diferentes.

    A boa leitura provoca experiências místicas e rompe os muros da mediocridade. Nos livros, vivemos pessoalmente os acontecimentos mais inspiradores de todas as épocas. Conhecemos santos, reis e filósofos da antigüidade. Podemos saber o que disseram Jesus Cristo na Palestina e Gautama Buda no continente indiano. Revivemos guerras e revoluções e percebemos que o passado da humanidade é o mesmo da nossa alma.

    Quando descobrimos a delícia de ler, nosso aprendizado na vida adquire proporções ilimitadas. Mas isso não é tudo. A palavra escrita também é um instrumento revolucionário. Ela desperta as consciências, revoluciona o espírito humano, derruba governos corruptos e provoca grandes transformações sociais. O escritor argentino Jorge Luís Borges escreveu:

    “Dos instrumentos do homem, o livro é, sem dúvida, o mais assombroso. Os demais são extensões do corpo. O microscópio, o telescópio, são extensões da sua vista; o telefone é extensão da sua voz; depois temos o arado e a espada, extensões do seu braço. Mas o livro é outra coisa: o livro é extensão da memória e da imaginação.”

    É claro que o ato de ler tem seus perigos. Há livros que nos libertam da ignorância, mas há livros que são inúteis ou até prejudiciais. O bom gosto e o critério correto são armas indispensáveis na hora de escolher leituras. E, feita a escolha, há maneiras certas e erradas de ler o texto preferido. Para Jorge Luís Borges, “colocar um livro nas mãos de um ignorante é tão perigoso como pôr uma espada nas mãos de uma criança.” Segundo ele, a função do livro “não é revelar-nos as coisas, mas, simplesmente, ajudar-nos a descobri-las”.(1) Assim, não devemos acreditar supersticiosamente em tudo que lemos. A palavra escrita é apenas um instrumento decisivo para que encontremos a verdade por nós mesmos.

    O pensador chinês Lin Yutang escreveu:
    “A leitura foi sempre contada entre os encantos da vida culta e é respeitada e invejada por aqueles que raramente ou nunca se concedem esse privilégio. (...) O homem que não tem o costume de ler está aprisionado num mundo imediato, em relação ao tempo e espaço. Sua vida cai numa rotina fixa: acha-se limitado ao contato e à conversa com alguns poucos amigos e conhecidos, e só vê o que acontece na vizinhança imediata. Mas quando toma em suas mãos um livro, penetra em um mundo diferente e, se o livro é bom, vê-se imediatamente em contato com um dos melhores conversadores do mundo.”

    E Lin Yutang prosseguiu: “A melhor leitura é a que nos leva a esse mundo contemplativo, e não a que se ocupa unicamente dos fatos. Considero que não se pode chamar leitura a essa tremenda quantidade de tempo que se perde com os jornais, pois os leitores de jornais se preocupam antes de tudo em obter notícias sobre fatos e acontecimentos.”

    A leitura profunda é meditativa. Ela ocorre naturalmente, porque é movida pelo princípio do prazer e não por alguma exigência externa. “Todo aquele que lê um livro como quem cumpre uma obrigação”, lembra Lin Yutang, “faz isso porque não compreende a arte da leitura.”

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  8. PARTE II:

    Os textos têm sabores, assim como as comidas. E cada leitor tem o seu paladar próprio. “A forma mais correta de comer é, afinal de contas, comer o que nos agrada”, diz Yutang, “porque só então se poderá ter segurança da digestão. Quando se lê, como quando se come, o que faz bem a um pode matar o outro. O mestre não pode forçar seus alunos a gostarem do que agrada a ele como leitura, e um pai não pode esperar que os filhos tenham o mesmo gosto que ele. E se um leitor não tem prazer com o que lê, perde o seu tempo.”

    Os nossos verdadeiros interesses intelectuais crescem de modo natural, como uma árvore que sabe buscar a luz e os nutrientes. Nossa vontade de ler flui como um rio. Quando há um obstáculo, a água o desvia e segue pelo caminho mais fácil. A curiosidade do leitor, como a água, avança pelo critério da afinidade.

    “Considero o descobrimento do autor favorito de cada um como o momento definitivo da sua evolução espiritual”, explica Yutang. “Há algo que se chama afinidade de espíritos, e, entre os autores antigos e modernos, devemos procurar aquele cujo espírito é semelhante ao nosso. Só dessa maneira podemos tirar real proveito da leitura.”

    As afinidades mais profundas da alma ultrapassam as barreiras de tempo e lugar. Lin Yutang destaca: “Há sábios que viveram em épocas diferentes, separados por muitos séculos, mas com maneiras de pensar e de sentir tão semelhantes que, ao se encontrarem nas páginas de um livro, pareciam uma única pessoa que encontrava a própria imagem.”(2)

    Graças aos livros, podemos ter alguns dos maiores sábios da humanidade como amigos e conselheiros — e conviver com eles interiormente. Essa amizade sem fronteiras estabelece um contato vivo entre a consciência divina presente em nós e a consciência divina que há na alma dos bons autores.

    Ao mesmo tempo, o livro que contém sabedoria é o melhor espelho do homem – um espelho em que se reflete nosso eu imortal, nosso potencial para o bem e nosso rosto espiritual. Diferentes leituras despertam distintos aspectos do ser humano.

    O livro que traz sabedoria é sempre um instrumento que faz o espírito avançar em direção à luz, mas há várias maneiras de utilizá-lo. É possível ler rapidamente e sem compromisso, para obter uma idéia geral do que há na obra. Pode-se usar um livro como material de consulta e como recurso para pesquisas eventuais. E pode-se ler um livro em profundidade e meditativamente, testando em nossa vida diária as verdades que ele traz e renovando nossa experiência concreta com o material que ele contém.

    Algumas leituras são exercícios de ioga e contemplação. Pouco antes de morrer, a escritora russa Helena Blavatsky disse que, ao ler sobre filosofia esotérica, o estudante deve manter presentes três idéias:

    1)A primeira é a unidade fundamental de tudo o que existe. Essa unidade interior não nega, mas, ao contrário, alimenta e reforça a diversidade externa da vida.
    2) A segunda idéia é que não há matéria morta ou inanimada no universo. Tudo está em movimento, tudo tem vida. A Lei Universal e a Inteligência Cósmica estão presentes no movimento de cada átomo.
    3)A terceira idéia é que o homem é o microcosmo. Cada ser humano é uma miniatura do universo e está em relação dinâmica com todo ele.(3)

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  9. PARTE III:

    É possível manter estas três idéias em nossa consciência não só enquanto lemos um livro, mas em todos os momentos da vida. Olhar o mundo é a mesma coisa que ler a natureza. Podemos estar em contato consciente com o universo enquanto agimos nas situações concretas da vida. Sugerindo algo parecido, a brasileira Cecília Meireles escreveu em um dos seus poemas:

    “Não sejas o de hoje. Não suspires por ontens... Não queiras ser o de amanhã. Faze-te sem limites no tempo. Vê a tua vida em todas as origens. Em todas as existências. Em todas as mortes. E sabe que serás assim para sempre. Não queiras marcar a tua passagem. Ela prossegue: é a passagem que se continua. É a tua eternidade... É a eternidade. És tu.” (4)

    No outro extremo do mundo, ao abordar a leitura como um modo mágico de olhar a vida, um mestre zen-budista escreveu:

    “Tudo que pode ser escrito em um livro, tudo que pode ser dito – tudo isso é pensamento. Se você está pensando, então todos os livros de Zen, todos os sutras budistas e todas as Bíblias são como palavras do demônio. Mas se você ler com uma mente que está livre de todo pensamento, então os livros de Zen, sutras e Bíblias são todos verdadeiros. Assim também são o latido de um cão ou o canto do galo; todas as coisas estão ensinando algo a você a cada momento, e esses sons são ensinamentos ainda melhores do que os livros de zen-budismo. O Zen existe quando se mantêm a mente livre do pensamento.”(5)

    A leitura de um bom livro nos enriquece. Especialmente quando lemos sem pressa. É válido parar para pensar, e principalmente para interromper o pensamento. É importante, de tempos em tempos, suspender a leitura entre uma frase e outra e meditar deixando o olhar perdido em um ponto qualquer do espaço. É por isso que Jorge Luis Borges confessou:

    “Creio que uma forma de felicidade é a leitura; outra forma de felicidade menor é a criação poética, ou o que chamamos de criação, que é uma mistura de esquecimento e de lembrança do que lemos antes. Emerson coincide com Montaigne no fato de que devemos ler unicamente o que nos agrada, que um livro tem que ser uma forma de felicidade.”

    A mera presença de um bom livro em nossa casa pode irradiar uma misteriosa influência benigna. Já velho e cego, Borges contou o seguinte durante uma das suas palestras:

    “Eu continuo brincando de não ser cego, continuo comprando livros, continuo enchendo minha casa de livros. Outro dia me deram de presente uma edição de 1966 da Enciclopédia de Brokhause. Eu senti a presença desse livro em minha casa, eu a senti como uma espécie de felicidade. Ali estavam os vinte e tantos volumes com uma letra gótica que não posso ler, com os mapas e gravuras que não posso ver; e, no entanto, o livro estava ali. Eu sentia como uma gravitação amistosa do livro. Penso que o livro é uma das formas possíveis de felicidade que os homens possuem.”(6)

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  10. PARTE FINAL:

    Escrever é um jeito misterioso de falar em silêncio. Por outro lado, ler é uma maneira sutil de ouvir o que não tem som. Quando alguém não consegue ler um texto com atenção plena, a razão disso é a sua incapacidade de ouvir em um nível mais profundo.

    Para fugir do “barulho” das suas emoções ansiosas, o cidadão moderno costuma apelar para o rádio, a televisão, a conversa fiada ou a música ruidosa. Só quando confronta o vazio e a solidão ele tem acesso ao acompanhamento mágico e completo que surge durante a leitura atenta de um bom texto.

    Então não importa se você está em pé em um ônibus lotado ou sentado sob uma árvore; se dispõe de silêncio e sossego ou há ruídos a seu redor. Você aproveita cada momento para ler o texto que expande e liberta a sua consciência. Ler é um ato de desapego em relação ao mundo externo. É um ato de liberdade pessoal – e de compromisso com a verdade.

    Notas

    (1) Borges, Oral, Jorge Luís Borges, Emecé Editores, Buenos Aires, 1979, 105 pp. Veja, respectivamente, as pp. 13 e 16.

    (2) A Importância de Viver, de Lin Yutang, Editora Globo, 1963, tradução de Mário Quintana, 360 pp., ver pp. 302 a 305.

    (3) Fundamentos da Filosofia Esotérica, Helena P. Blavatsky, Editora Teosófica, Brasília, 90 pp., ver pp. 83-85.

    (4) Poesia Completa, Cecília Meireles, Ed. Nova Fronteira, RJ, dois volumes. Veja a obra “Cânticos', de 1927, no volume I, pp. 121-122, poema II.

    (5) 365 Zen Daily Readings, de Jean Smith, HarperSanFrancisco, Califórnia, EUA, p. 145.

    (6) Borges, Oral, obra citada, pp. 22 e 23.


    Perguntas:

    1) Cite pelo menos dois ou três livros que marcaram sua vida profundamente.

    2) Como podemos ir além da vida mecânica e obter tempo para ler calmamente hoje em dia?

    3) Em que sentido o ser humano é uma miniatura do universo? Então, conhecer a si mesmo é conhecer o universo, e é preciso compreender um pouco do universo para entender melhor quem somos? Mas como se consegue fazer isso, na prática?


    www.valeterapias.com.br

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  11. Porque ler para os filhos?

    Revista Gestão Universitária - Rosemeire Alves Lourenço | 28.3.2005 | 13h18

    "O objetivo de uma escola sempre foi formar cidadãos capazes de "ler o mundo", produzindo discursos orais ou escritos, adequados a diferentes situações..." (Adriane Andaló - 2000). Ter em casa futuros leitores implica ir além desta concepção. A leitura há muito deixou de ser uma simples prática escolar para transformar-se em um processo desencadeado pela necessidade de "leitura de mundo" e por isso deve ser iniciada desde a mais tenra idade, ou seja, no seio da família.

    Pesquisas mostram que até os dois anos de vida o desenvolvimento do cérebro ocorre num ritmo bem acelerado, portanto, podemos concluir que tudo que for feito neste período, como conversar, cantar, demonstrar carinho, ler, entre outras coisas, será crucial para o desenvolvimento saudável da criança.

    Ler para os filhos desde bebês, além de suprir-lhes do conhecimento necessário é também importante fonte de prazer pois, ao mesmo tempo em que oferecemos algo valioso para as crianças, a nossa presença, lhes brindamos com a possibilidade de "viajar" pelo mundo através das páginas de um livro. Assim, desde pequenas associarão leituras a momentos prazerosos, o que funcionará durante os primeiros anos de vida mais ou menos como uma "propaganda para a mente".

    Os pais que estimulam a leitura ensinam os filhos a reconhecerem o ambiente onde vivem e a desenvolver atitudes que as influenciarão durante a vida adulta, tais como: confiança, respeito mútuo e compreensão, bases importantes para a adolescência. Leituras saudáveis produzem leitores seletivos diante da avalanche de informações, e-mails, programas de TV, notícias etc., características comum do mundo contemporâneo, ao mesmo tempo em que expõem as crianças a sentenças complexas e bem estruturadas, forma positiva de ensiná-las a se expressarem bem, tanto ao falar quanto ao escrever.

    Preparar leitores implica ainda na consideração de alguns pontos essenciais tais como: ler para a criança sem pressioná-la; manter sempre uma atmosfera agradável de cordialidade, descontração e informalidade; saber quando parar de ler, pois cada criança tem seu tempo de concentração; criar expectativas antes de virar a página de um livro com gravuras; dar ênfase à leitura com expressões, gestos, mudança na entonação da voz de maneira a dar vida à estória; fazer com que a criança interaja com a leitura; pausar em determinados intervalos perguntando e estimulando a criança a formular respostas bem elaboradas; selecionar livros que transmitam mensagens positivas, estimulantes e que levem à reflexão; procurar sempre locais e momentos calmos. A atenção a estes lembretes aliados ao bom exemplo dos pais quanto à leitura trará benefícios vitalícios para todos os envolvidos no processo de ensino/aprendizagem de uma criança.

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  12. Hábito da leitura começa na infância

    O ato da leitura é um grande estímulo à criatividade, imaginação, inteligência e à capacidade verbal e de concentração. Mas o brasileiro lê pouco, em média 4,7 livros por ano (1,3 se retirados os livros didáticos), segundo a pesquisa Retratos da Leitura do Brasil, do Instituto Pró-Livro, de 2008. Para melhorar esse quadro, especialistas em educação afirmam que é importante desenvolver nas crianças o gosto pela leitura, desde os primeiros anos de vida.

    Os livros devem estar presentes no dia a dia das crianças do mesmo modo que os brinquedos e os jogos. Segundo a psicóloga e pedagoga Vivien Santa Maria, especializada em educação infantil, o hábito da leitura é adquirido entre os 7 e os 10 anos de idade. “É importante que tanto a escola como os pais estimulem desde cedo nas crianças esse costume, que desperta a criatividade e a imaginação, enriquece o vocabulário e ajuda a organizar o pensamento”, explica Vivien.

    A leitura tem altíssimo impacto no desenvolvimento cognitivo infantil. Por recursos cognitivos, entenda-se algo abrangente como enxergar o mundo de forma abstrata e lógica. De acordo com o prêmio Nobel de Economia James Heckman, criador de métodos para avaliar o sucesso de programas sociais e de educação, uma criança de 8 anos que recebeu estímulos cognitivos aos 3 conta com um vocabulário de cerca de 12.000 palavras – o triplo do de um aluno sem a mesma base precoce. E o hábito da leitura é um dos mais importantes estímulos para estabelecer na criança os fundamentos para seu sucesso na vida escolar e profissional.

    Estimule seu filho a desenvolver o gosto pela leitura:

    • Ofereça aos bebês livros de pano, de plástico ou borracha para que eles comecem a ter contato com os livros;

    • Facilite o acesso a livros, revistas, jornais e gibis, mesmo que a criança ainda não saiba ler e escrever, de forma a familiarizá-la com as letras;

    • Reserve um tempo para contar histórias e ler em voz alta para ela;

    • Mostre o livro ou o jornal para a criança, assim como as figuras, e peça que ele reconte a história;

    • Nas horas de lazer, programe visitas a bibliotecas, livrarias e feiras de livros.

    (29/06/2009, com informações da revista Veja, de 10/06/2009, e do site do Ministério da Cultura)

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  13. FINLANDESES SÃO MELHORES EM LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO.

    Segundo o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), os finlandeses lideram em vários quesitos, entre eles leitura e interpretação de texto. A Deutsche Welle foi conferir de perto como funciona o sistema educacional da Finlândia. Escolas bem equipadas e professores qualificados garantem o sucesso.

    Independente do grau de instrução e do status social dos pais, todo aluno finlandês tem direito à mesma escola, que é freqüentada durante nove anos, em tempo integral. Transporte, livros e refeições balanceadas são gratuitos. Essa é uma das premissas básicas para que o sistema de ensino no país seja considerado um dos melhores do mundo.

    Além de não levar em consideração a situação financeira e social do aluno, a escola finlandesa procura também atenuar as diferenças existentes em uma classe. "Eu nunca vivi situações em que os melhores alunos da classe tenham se entediado durante as aulas. Os que sabem mais procuram sempre ajudar os que sabem menos. Quando fazemos trabalhos de grupo, o professor sempre tenta dividir os alunos de forma equilibrada, fazendo com que todos ajudem todos", conta Amanda Backlund, 15 anos.

    Cinco línguas – Na escola finlandesa, os alunos que obtêm as melhores notas e se sobressaem, são incentivados a freqüentar aulas extras, tendo à escolha uma série de matérias optativas. Vários desses alunos aprendem cinco ou mais línguas. Os outros da classe, que apresentam maior deficiência de aprendizado, recebem atenção especial. Para eles, são criados pequenos grupos de trabalho, paralelos à aula normal.

    Rainer Domisch, consultor para Língua Alemã do Departamento de Ensino de Helsinki, explica: "Não são usadas medidas de diferenciação entre os alunos, mas de integração. Não há repetentes e os professores não pensam em como se livrar desse ou daquele aluno."

    Leitura – Segundo os resultados da pesquisa comparada do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, o aluno finlandês é o melhor em leitura e interpretação de texto. Leena Järvenpää, editora-chefe do maior clube do livro infantil do país, acredita que os pais exercem aí um papel essencial: "Temos pais muito ativos, que lêem para seus filhos antes que eles completem um ano de idade."

    O Clube do Livro Infantil, cujo público alvo é composto por crianças de um a oito anos, têm na Finlândia 15 mil sócios. O hábito da leitura é "herdado" com freqüência dos pais. "Se as crianças já na mais tenra infância aprendem que livros são importantes e vêem que os pais também lêem, elas se acostumam à leitura como parte da vida", observa Järvenpää.

    Internet – Além de professores bem qualificados e alunos dispostos a aprender, as escolas finlandesas são extremamente bem equipadas. Praticamente todas as salas de aula contam com acesso à internet. Até mesmo no interior do país, os alunos não são privados da tecnologia de ponta.

    Segundo o professor Jukka Sarjala, "no norte da Finlândia, na Lapônia, existem apenas escolas pequenas com poucos alunos e três ou quatro professores. Nesses casos, parte das aulas vem de Helsinki, através de videoconferências. Apesar de as aulas serem dadas a uma distância de mais de mil quilômetros, professores e alunos podem se ver. O professor pergunta em Helsinki e os alunos respondem na Lapônia".

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